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Posts Tagged ‘Beira-RIo’

 

Multidão acampou em frente a sede do TFC para exigir a volta do Blog. Diretoria cedeu à pressão

 

O homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo, poder-se-ia ler em algum para choque de caminhão cujo condutor avançou o sinal dos lugares comuns. Uma parada estratégica, contudo, pode ser interessante, desde que o vivente tenha tesão de, num futuro próximo, inflar o peito, colocar suas intimidades (Vulgo cacete!) pra fora e dizer: chegou a hora.

Pois bem, enquanto o suposto mártir Bin Laden está fornicando com suas dezenas virgens abraçado em Alá; enquanto os eloquentes torcedores do maior rubro-negro do sul do Brasil profetizam que o Paraná vai acabar; enquanto o Juventude vira time Distrital; enquanto o torcedor do Grêmio comemora pesquisa Data Folha; é neste momento épico, em que a mulher do Valdívia tem seus minutos de fama falando algumas peraltices e bonde do Ronaldinho leva o título do Campeonato Carioca, neste momento a equipe Tisserânica atende a dezenas de e-mails, cartas e abraços bêbados: estamos de volta.

 

Dama de Cabaré

Tenho o maior respeito pelo primeiro e único time gaúcho a sagrar-se campeão intercontinental, no longínquo ano de 1983. Bem como, admiro a força de vontade das profissionais que trabalham no serviço de acompanhantes. A única forma que encontro, no entanto, para externar o sentimento do último Gre-Nal, que garantiu o Inter na final do Tradicional Gauchão, é de ter comido uma puta de cabaré. Na hora, até rola uma euforia, uma animação, depois vem um remorso. Desprezo.

As bandas da Azenha estão com elenco medíocre. Apesar de dominar 70 minutos de jogo, fizemos apenas um gol; o aloprado Guiñazu aprontou a dele e quase deu zebra. A sorte acompanha os bons, diria algum medíocre. E pode ter sido isso. Ser melhor que o Rival é pouco, muito pouco.

 

O Gigante me Espera

No melhor horário para prejudicar aqueles que irão ao Estádio Beira-Rio, no vespertino desta quarta, às 19h30min, o Inter enfrenta o Peñarol no jogo de volta das oitavas, podendo defender um valioso empate em zeros para ficar com a vaga. Gostaria até que anulassem dois gols legítimos do adversário, tal qual 2006 contra o Nacional, e dar uma dose de alegria na noite do coirmão.

A preliminar da partida do Beira aconteceu na tarde de terça-feira, entre Barcelona 1 x 1 Real Madri. Joguinho mais ou menos, diga-se de passagem.

Fabio Araujo

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O consulado de Guaíba já fez a sua parte; faça você tambem a sua: leve um agasalho ao Beira-Rio

O consulado de Guaíba já fez a sua parte; faça você tambem a sua: leve um agasalho ao Beira-Rio

 

O Sport Club Internacional, através do Projeto Interagir, firmou uma parceria com o Programa Mesa Brasil SESC para a arrecadação de alimentos não-perecíveis e agasalhos em todos os jogos no Beira-Rio até outubro.

 

Hoje, contra o Corinthians, será montado o posto de coleta na frente do Gigantinho próximo à bandeira. O ponto de arrecadação terá uma equipe mista formada por voluntários do Interagir, Espaço da Mulher Colorada e SESC.

 

A parceria entre o Serviço Social do Comércio (SESC/RS) e o Internacional completa três anos em 2009. A parceria entre as duas entidades já rendeu 19,5 toneladas de alimentos que foram doados a instituições sociais gaúchas. Desde novembro de 2006, alimentos e agasalhos vêm sendo arrecadados em partidas e eventos oficiais do Clube por meio do Projeto Interagir. O destino das doações são as instituições sociais cadastradas no Programa Mesa Brasil SESC. Instituições interessadas em receber os alimentos deverão cadastrar-se no Mesa Brasil. (www.sesc-rs.com.br/mesabrasil) ou pelo telefone (51) 3224-1268.

 

Fonte: AI/SCI

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Por não ter muito apreço a regras e dead lines, no último sábado o articulista Fabio Araujo não postou o Especial Qual o Seu Lugar, com a ressalva de que estaria dando um tempo aos leitores do TFC.

Para não criar falsas expectativas, assim como o Terça Tisser Entrevista – que ocorre esporadicamente às terças -, o Qual é o Seu Lugar seguirá em finais de semana aleatórios.

 

Neste domingo, a Superior do Beira-Rio. Confira os outros setores aqui.

 

O segundo adar do Beira

O segundo adar do Beira

 

Pelo valor mais elevado dos ingressos, teoricamente a Superior do Beira-Rio deveria ser mais elitizada. Na prática, um público bem semelhante ao da Inferior, ainda que com menor intensidade de batedores de carteiras.

 

A grande vantagem é que, até chegar ao cordão de isolamento da BM, para a revista, há alguns metros de Rampa, espaço utilizado para sorver até a última gota de ceva. Se o policial for camarada, é possível chegar até a catraca com o copo de plástico na mão. A revista, por sinal, quase inexiste. Canso de chegar, levar um tapinha na barriga e “pode subir, magro”. Tá certo que tenho cara de cidadão de bem (Mentira!), que preza pelos bons costumes e a paz nos estádios, mas sei lá. Depois, quando dá confusão, sobra pra todo mundo.

 

No quesito conforto, a Superior tem bastante a oferecer, pois depois de alguns processos de modernização, foram colocadas assentos bem semelhante aos do setor de Cadeiras – para não dizer que são iguais. A única diferença é que nas Cadeiras não chove.

 

O barzinho é fraco, mas são sempre os mesmos trabalhadores. Logo, querendo ou não, acaba nascendo um vínculo com os comerciários. Na Superior é comum os comentários de “hoje tu bebeu todas, hein? Vai ser dois cachorros de novo?”

 

No mais, a visão do jogo como um todo fica facilitada devido a distância do campo. Para os que gostam da animação da Popular, mas não têm o mesmo pique, o local embaixo do Placar Eletrônico cai como uma luva. Grita, canta, pula e quando cansa, senta.

 

O único detalhe negativo se dá quando ocorre gols na Goleira do Gigantinho. Sóbrio, até se consegue ver alguma coisa. Com quatro cevas, tu pensa que ainda enxerga a bola; oito cevas, vê um vermelinho correndo com os braços pra cima; doze cevas, vai no embalo da torcida; catorze cevas, dorme.

 

No próximo post, a Social Superior, localizada entre as Cadeiras e a torcida adversária – local em que vi o Colorado ser Campeão da Libertadores.

 

Fabio

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Ele conhece os atalhos a Inferior

Ele conhece os atalhos da Inferior

 

Continuando com a pretensiosa labuta de detalhar as peculiaridades de cada setor do Beira-Rio, o articulista Fábio Araujo – que, por motivos de sequela maior, não postou no último sábado – esmiúça a extinta Geral, hoje conhecida como arquibancada inferior. Os textos anteriores podem ser conferidos por aqui.

 

A inferior é o Bom Fim do Beira-Rio. Para os que moram no Berço da Revolução, leia-se Guaíba, informo que estou me referindo ao Bairro Portoalegrês. Com chapéu no E. Pois os freqüentadores do Bonfa são chegados na malandragem. Assim com os da Geral do Beira-Rio, quer dizer, Inferior.

 

No tempo em que a direção Azul apoiava as torcidas homossexuais, o setor colorado era conhecido como Geral. No entanto, com o passar dos anos, as coisas foram mudando e surgiu a Geral lá na Azenha. Por obviedade e exclusão, a Geral do Inter virou Inferior.

 

Pra falar a verdade, minhas lembranças da Inferior não são muito boas. O bar é precário, a ceva – quando vendiam – era quente, e o banheiro, o quadro da dor. Vaso, nem pensar. Se chega a dar um desarranjo no cantor, o melhor a fazer é ir pra casa. A não ser que o bagual tenha uma desenvoltura nas pernas para ficar em uma posição de sentado no ar, com as duas mãos flexionadas pra frente, tentando segurar a porta, que, claro, não tem tranca.

 

Os ladrões de carteira, os Donjuans que mexem com as mulheres alheias, e outros deste teor de chinelagem, adoram a Inferior. Assim como na Social, corneta grande. Geralmente o único canto que todos acompanham é a Camisa Vermelha.

 

Até gosto da inferior, a única ressalva que tenho recai sobre o Inter e Juventude, vencido por nós pelo placar de 2 a 1, em 1998 ou 1999. No intervalo, fui pro Bar e fechou um paL federal como nunca havia presenciado no Beira-Rio. Os simpáticos brigadianos do Choque, entraram descendo o cacete em todo mundo, inclusive crianças. Eu, apavorado, botei a cara na grade, enquanto tomava umas pauladas de canto, na paleta. Durou uns dois minutos, acho. Mas parecia uma eternidade.

 

Ao término da covardia, estava feliz por não ter evacuado, tendo a certeza que era o mais cagado da história. Pior que não era.

 

Um senhor duns 70 anos subiu na grade do Portão 4, uns três metros pra cima (se subiu, claro que é pra cima) e escapou da pancadaria. O problema foi que, quando acabou a confusão, estava em estado de choque e não conseguia descer. Todos aos berros de Desce, vovozinho! e nada.

 

Somente depois de muita conversa e a bola rolando no segundo tempo que ele voltou a pisar no assoalho do histórico portão 4.

 

Na Inferior, amigo, até os vovozinhos tem o dom da malandragem.

 

Na próxima edição, os que ocupam a sombra da Maior Torcida do Rio Grande: a Superior.

 

Foto: satedrs.org.br

 

Fabio

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Neste quase período lastro em que os articulistas deste sítio discorrem seus impertinentes comentários sobre os mais variados assuntos (futebol), foram esparsas as oportunidades de entrevistas com fontes merecedoras de ocupar tão nobre e seleto espaço.

 

Abrimos exceções, claro Os acessos cresceram vertiginosamente no momento em que descemos do muro da imparcialidade e passamos a falar o que realmente pensamos. Por isso, ao apresentar nossa entrevista, uma das candidatas a Musa do Brasileirão, já adiantamos que seremos tendenciosos.  É a candidata que o TFC apóia. E com certeza, você certamente irá conosco. 

 

Porto alegrense dos cabelos negros, 21 aninhos, Bruna Zanatta é uma das três finalistas do concurso Musa do Brasileirão, organizado pelo Globo Esporte. Promotora de eventos, organiza sua agenda diária reservando tempo para seus compromissos profissionais, academia e leitura de livros espíritas. Entre seus longas prediletos, figura o Efeito Borboleta. Em sua filosofia de vida, acredita que “cresça independente do que aconteça”. Dona de um manequim 38, arranca suspiros de colorados e gremistas com suas três tatoos e um piercing.

 

Aos urubus que cresceram o olho, comunicamos que o coração da Musa Colorada já tem dono. Ao contrario de muitas musas que sequer sabem o hino de seu time, usando o clube como atalho, Zanatta tem presença confirmada no Gigante, confessando que prefere a Inferior, para ajudar o time cantando o tempo todo. 

 

Para grata surpresa dos produtores do TFC, Bruna comentou que, vez que outra, dá uma passadinha por aqui.Com vocês, a Musa Colorada, Bruna Zanatta

 

Abrimos exceções, claro

.Merece teu voto

 


TFC – Ser colorada é…

Bruna Zanatta – Ter garra, viver com emoção, fazer parte de uma torcida apaixonada e de um clube que figura entre os maiores  do mundo!

 

TFC – Qual a emoção de poder estar representando o clube do teu coração em um concurso de visibilidade nacional?

Bruna – É uma emoção muito grande, já que hoje o INTER é chamado o Clube da moda, é conhecido não só nacionalmente, mas no mundo todo, e tem um número grande de mulheres na sua torcida, e mulheres muito bonitas. Ser escolhida para representá-las é uma honra e um desafio muito grande.

 

TFC- Como estão suas expectativas?

Bruna – Estou bem confiante, pois tenho muitos amigos queridos que estão se empenhando para que eu vença. Com certeza essa vitória não será somente minha e sim NOSSA. De todos aqueles que votaram na Bruna Zanatta como Musa do Internacional.

 

TFC- O que te levou a ser colorada?

Bruna – Sou colorada desde que nasci, meu pai e meu irmão mais velho são fanáticos… Como trabalho com eventos, em um trabalho no Beira Rio para Toyota, onde eu e minhas colegas entrávamos em campo no intervalo e jogavamos uma bola para torcida, eu pude sentir, me envolver realmente com o meu time, pois aquela energia dos torcedores colorados é fantastica e contagiante, me encantei e passei a me interessar mais.

 

TFC- Qual foi o melhor jogo da tua vida?

Bruna – Ah! O mundial foi o mais importante, sem dúvida. Mas o melhor eu posso dizer que foi a decisão da Libertadores contra o São Paulo, no Beira Rio. Foi na nossa casa, a torcida estava linda!!! Foi emocionante…

 

A votação vai somente até domingo

A votação vai somente até domingo

TFC- E o pior?

Bruna – Ah, não tem pior, porque qualquer derrota no futebol é coisa do jogo, mas acho que se tiver que citar foi o brasileiro de 2005, que nos foi roubado.

 

TFC- Teu jogador preferido?

Bruna – Hoje, o D’Alessandro: porque ele é o melhor para mim.

 

TFC- O que está achando do ano Centenário Colorado?

Bruna – Lindo! A manifestação espontânea da torcida na marcha que fizeram em Porto Alegre, mostrou nossa força. E o clube tem uma estrutura fantástica, participando com força de todos os campeonatos. Nossa festa foi transmitida para todo mundo, foi linda, os jogadores e ex-jogadores foram homenageados e a torcida sempre junto… Está sendo maravilhoso. O inter é muito grande!

 

TFC- Quando vai ao Beira-Rio, qual é o teu setor preferido?

Bruna – Gosto de todos setores, mas na inferior a gente canta mais…

 

TFC – Nas horas vagas, o que costuma fazer?

Bruna – Quando não estou trabalhando, constumo durmir até tarde, malhar, namorar (risos).

 

TFC-  Que horas costuma ler o Tisserand FC?

Bruna – Costumo ler pela manhã, mas, quando não posso, leio à noite.

 

Mal de Leitores, esse pessoal do TFC

Mal de Leitores, esse pessoal do TFC

TFC-  Um recado para os Colorados:

Bruna – Queridos Amigos, conto com a ajuda de vocês nessa etapa final, essa conquista para mim significa muito, tenho certeza que representarei bem o meu Inter. Votem em mim no site Globo Esporte: pode votar quantas vezes quiser, e a votação vai até domingo. Beijos, e muito obrigada.

 

 Equipe TFC

 

Fotos: Globo Esporte

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O leitor mais atento que perscruta o Tisserand FC várias vezes por semana, deve ter percebido que, aos finais de semana, são postados textos de especiais, atemporais. Neste sábado, na terceira parte do quadro “Qual é o Seu Lugar”, o articulista Fábio Araújo apresenta as Sociais do Beira-Rio. As duas outras partes do quadro podem ser conferidas aqui e acolá.
  
Típico frequentador da Social

Típico frequentador da Social

 

Não tem nada mais chato do que uma pessoa que acredita ser mais do que a outra. E isso não vale apenas para o futebol. “Eu sou mais católico que tu por isso e isso”, ou então: “eu sou bem mais revolucionário que tu…” e assim segue a discussão entre medíocres. A social do Beira-Rio está infestada de torcedores que se julgam os mais colorados entre os colorados. Antes ainda se tinha a desculpa de que eram sócios e contribuíam efetivamente com o clube. Mas, agora, todo o estádio é de sócios. E naquele local, a soberba continua a mesma.

 

É o metro quadrado com maior número de corneteiros – disparado. O time pode estar goleando a Azenha por 5 a 0, que ainda não estará bom. E terá um jogador, escolhido a dedo, que será crucificado (tal qual o mártir do corpo!) até sair de campo, ou o senhor de preto acabar a partida. Mesmo que esteja bem. Muito antes de surgir a Lade Kate, do Zorra Total, o jargão “Tô pagando” já era utilizado entre os frequentadores da social.

 

O lado bom, no entanto, é que, assim como nas cadeiras, o banheiro não é de qualidade duvidosa. O bar tem uma variedade de alimentos dignos de um estabelecimento comercial. Aliás, nele é servido o melhor pastel de toda a Avenida Beira-Rio. E não é caro.

 

Em suma, não recomendo as sociais. Apesar do conforto, indo a umas, duas, va lá, três partidas, tu acaba ficando mal acostumado e entrando no espírito dos corneteiros.

  

Assopra, vagabundo!

Haja pulmão, amigo!

 

Na semana que vem, a arquibancada inferior: o antro da chinelagem.

 

Foto: gato pretensioso: torcedorcoral.com.br; corneteiro: thiagopaiva.com.

 

Fabio

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Seguindo com o especial Qual é o seu Lugar?, neste sábado o articulista vermelho Fabio Araujo, conta os detalhes de assistir às partidas na área mais nobre do Beira-Rio: as Cadeiras.

 

Correm as más línguas que nas cadeiras só encontram-se senhores e senhoras na melhor idade, que não esboçam sentimentos durante a partida, tornando o ambiente chato e enfadonho. Uma grande falácia.

 

 

Banco geriátrico do Beira Rio

Banco geriátrico do Beira Rio

 

Confesso que nunca fui assíduo frequentador das cadeiras. Pagando ingresso, somente uma vez, em 1997, contra o Galo: vitória de 2 a 0, com um gol contra e um do Nego Crhistian. Nas demais, só fui e vou para lá quando liberam o acesso da Superior. Em todas as outras vezes que adentrei no latifúndio da burguesia, percebi que os palavrões eram os mesmos, as comemorações, iguais, e a emoção, idêntica. Claro, nada comparado à Popular, mas em relação aos outros setores, exatamente a mesma coisa – e tem bem menos corneteiros que a Social.

 

A cadeira, que deveria ser sinônimo de conforto, não é nada boa. Deixa a paleta baleada ao final da partida. E os maiores têm um pouco de dificuldade para se acomodar. De resto, somente pontos positivos. O banheiro pode-se até chavear. E tem vaso (patente, pros baguais!). Se der um probleminha, pode ficar tranquilo que o número dois estará garantido. O bar é realmente um bar. E não um buraco de cimento com uns atendentes com fisionomia esfarrapada de que saíram da terceira guerra mundial. Na medida do aceitável, a comida é manuseada de forma higiênica. A visão, claro, privilegiada. O Sol vai embora antes e para os tarados de plantão, é o metro quadrado de mais calça atolada do Beira-Rio.

 

Muitos que desdenham as cadeiras, se tivessem condições de pagar em torno de R$ 80,00 por partida, certamente se tornariam frequentadores assíduos do setor.

 

O único porém é que o pastel nem se compara com o da Social, mas deixo pra comentar sobre isso no próximo sábado.

 

Vida longa às Cadeiras!

 

Fotos: cadeiras: quebarato.com.br 

 

Fabio

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Neste sábado, a metade vermelha do TFC inicia um especial intitulado “Qual é o seu Lugar”. Nos seus 25 anos, o editor vermelho, Fábio Araujo, já esteve em todos os lugares possíveis no Beira-Rio – menos, é claro, na torcida adversária. A partir dessa premissa, Fábio contará em detalhes como é assistir aos jogos em cada setor do Gigante da Beira-Rio.

 

 

 

Coreia

 

Coreanos lamentam migração forçada

Coreanos lamentam migração forçada

 

Para iniciar esta série, um dos lugares mais folclóricos do Gigante. Hoje, a parte destinada aos coreanos, bem próximo ao gramado, permanece solitária, pois há alguns anos o clube extinguiu o setor.

 

O sucesso da coreia, no entanto, não se deve apenas aos preços de apelo popular – na época, a entrada para o Brasileirão custava míseros três reais – e, sim, pelos seus fiéis torcedores, que se intitulavam coreanos de coração. A direção podia liberar o acesso para as arquibancadas, mas os de fé permaneciam em seus lugares. De pé, claro.

 

Apesar de mais barato, considero que era o setor mais elitista do Estádio. Os que tinham menos de 1,70m, dificilmente conseguiriam enxergar o jogo. A cabeça ficava na mesma linha das canelas dos atletas. Somente os longilíneos se davam bem na Coreia.

 

Ele enxergaria

Ele enxergaria

 

No saudoso tempo em que a aguardente era sorvido com naturalidade dentro do Beira, diversos mitos foram surgindo e destacando-se em meio aos colorados comuns. Hoje, alguns ainda são vistos perambulando por outros setores, mas não mais com a alegria de antes.

 

A grande vantagem da coreia era a proximidade ao campo. A pressão, sempre bem maior. Em compensação, o risco de levar uma bolada também muito elevado.

 

O espírito revolucionário do coreanos aflorava de ódio em relação às placas publicitárias que ficavam atrás do gol. Engana-se quem pensa que as reclamações tinham cunho ideológico, com discursos pilhéricos contra o imperialismo. Nada disso.

 

O grande problema era que, quando a bola ia rasteira, não tinha como ver o lance. Iam só na onda da galera, observando os que se esbaldavam com um assento. Bastava ter um pênalti, para ouvir os gritos de “chuta alto, porra!.”

 

Nunca paguei ingresso de coreia. Fui uma única vez, pra falar a verdade, quando liberaram o acesso para as arquibancadas, fiz o percurso contrário, sem saber bem o real motivo desta opção. Hoje, compreendo minha geniosidade adolescente e, com isso, não podia deixar de iniciar o especial “Qual é o Seu Lugar?” , com o setor que permanece no coração de milhares de colorados, que, na época, gritavam “Dá-lhe colorado, com muito orgulho, no coraçãooo..”

 

Fotos: coreanos: universoblogspot.blogspot.com; Oscar: news.bbc.com.uk

 

Fabio

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Bokowski se foi mas deixou seus representantes

Bokowski se foi, mas deixou seus representantes

 

Enquanto tremulava uma grande faixa de uma torcida de vanguarda gaúcha, mostrando-se livre de preconceitos, rompendo fronteiras, chegando à terra onde as misses imperam e são orgulho de um povo amordaçado por uma ditadura branca, nos pagos do sul, os torcedores colorados, no auge do chauvinismo masculino, em momento de profunda sinceridade etílica, deixaram transparecer o seu temperamento machista, tendo como cortina a vitória de 3 a 1 sobre o Coritiba pela Copa do Brasil.

 

Por ter um preparo físico semelhante ao do Viola, nos dias atuais, não são todas as partidas que permaneço no Olho do Furacão da Popular. Generoso que sou, não fui pedir para ninguém se amontoar ainda mais, no centro da arquibancada, e parti em direção à outra goleira, o único local que poderia escolher o assento que bem entendesse, com apenas uma ressalva: bem ao lado da torcida do Coxa.

 

Estava sóbrio, logo, calculei os riscos de entrar em uma confusão, chegando à conclusão que estes seriam mínimos. Como em quase todos os outros setores, os companheiros rubros ao meu redor estavam embriagados em demasia. Naquele local, no entanto, havia a adrenalina de estar a menos de oito metros da torcida adversária.

 

Terra de ninguém

Terra de ninguém

 

Por ser de menor expressão, era comum os xingamentos argumentando de que nunca tinham ganho uma libertadores, segunda divisão e outros clichês. Até aí, tudo beleza. Mas não demorou muito para uma torcedora se destacar no meio da multidão. Uma loira de aparência bem semelhante à Kelly Key, com uma calça preta milimetricamente colada em seus membros inferiores – conhecidos também pela alcunha de seu time – e uma camiseta verde, rente ao tórax, deixando a barriguinha um pouco saliente. No popular, é do padrão estereotipado como “torta”. Essas, seriam algumas qualidades que, por si só, chamariam a atenção da Maior Torcida do Rio Grande; mas ela precisava de mais. Não confiando somente nos seus atributos, apelou: ergueu os braços, de forma que conseguisse deixar em destaque o distintivo e o patrocinador da camiseta, e mostrou solenemente a manta da Geral da Azenha. Pronto. Até as mulheres passaram a lançar olhares furiosos, tanto pela manta, quanto pela conduta dissimulada da torcedora. A partir daí, caro leitor, até o gol do Alecsandro quase passou despercebido.

 

De início, os xingamentos mais adequados para o momento.

 

– PUriTAna…

 

– VAGA….

 

– Ei, Geral, senta no meu PALito…

 

Mas ela gostava. Acenava aos colorados, sentia-se desejada. Por vezes, girava o corpo em 180 graus, mostrando a manta azul, tendo a certeza que os olhares famintos estariam fitando o patrocinador abaixo do número da camisa.

 

A camisa, pelo menos, era a mesma

A camisa, pelo menos, era a mesma

 

Num misto de desejo e raiva, os mais embriagados perdiam a compostura, convidando-a para conjunções carnais pouco convencionais, preferencialmente pela porta de trás.

 

– Contigo, só assim, mulher de vida fácil! – sugeriam.

 

A torcida começou a perder a compostura, quando a aspirante a Sexy Simbol juntou o polegar opositor com o indicador, fazendo um circulo, movimentando o ante-braço para cima e para baixo, simulando uma descabelada no Ronald McDonald, caçoando dos que já estavam enamorados. Um clamorosa afronta aos vermelhos.

 

Os mais exaltados partiram na busca de honrar seus princípios, ordenando que fosse lavar pratos e limpar cuecas freadas. Por minutos, os chauvinistas masculinos ecoaram dezenas de xingamentos machistas que só serviram para criar antipatia entre as coloradas. Pois a Coxa Branca continuava a distribuir sorrisos para os Colorados.

 

Sem saber o que fazer, um senhor de meia idade, um dos líderes do movimento – trabalhador, pai de família, acredito – sem medo de ser feliz, abriu o zíper, arriou as calças, mostrando o cidadão rendido, em estado de sonolência alcoólica, sendo repreendido pelos colorados mais próximos.

 

– Pô, tiozão, não é pra tanto. Daqui a pouco, os porcos vêm encher o saco.

 

– Mas é isso que aquela precisa, não é? Hein, Hein?!

 

Para tristeza da dona da manta da Geral, em instantes, o Andrezinho marcou o terceiro.

 

E o profeta das calças arriadas, redimido, saiu a gritar aos quatro ventos.

 

– Eu falei que nós íamos virar essa por…

 

Fotos: Bukowski: myspace.com; Cartaz do filme: dvdlight.com.br; Musa do Coxa: lanceactivo.com.br.

 

Fabio

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Sonho de consumo do colorado radicado no litoral

Sonho de consumo do colorado radicado no litoral

 

Saber que o Gigante estará lotado para uma grande festa, um jogo decisivo e não poder estar presente é dolorido. A vontade de poder participar da festa, testemunhar in loco a atuação da equipe, cantar, pular, gritar, vibrar e chorar é uma coisa que me dá saudades.

 

Desde que vim morar no Litoral, poucas vezes fui ao Beira-Rio. Nesta Copa do Brasil, creio que será impossível assistir à decisão – caso o Inter se classifique, o que acho muito difícil não ocorrer. Todas as quartas-feiras não tenho hora para sair do trabalho. Complicado.

 

Ouvir a Popular cantar e não poder cantar junto no estádio é complicado. Sozinho, em casa, pior ainda.

 

Na partida contra o Coritiba foi pior. Eu estava com um problema nas costas, não podia fazer movimentos bruscos por causa das fortes dores. Não fui trabalhar, pude assistir à final da Champions League à tarde e ainda desfrutar de tudo que era programas esportivos nos canais da Sky durante o dia.

 

Angustiado, obviamente, querendo ver a bola rolar e o Colorado vencer. Quando vi o gol do Coxa, lembrei do jogo da decisão da Champions League, quando o Manchester amassava o Barcelona, que na sua primeira jogada de ataque matou os ingleses com um golaço de Eto’o.

 

Pois bem! Viramos e eu sozinho na sala, apenas vibrando, xingando e sem movimentos bruscos. Empate, virada e o terceiro gol e o grito baixo. Apenas um “feito”, para não detonar ainda mais as costas.

 

E esta foi minha torcida, acompanhando apenas com murmúrios e com as músicas da Popular, literalmente, na cabeça.

 

Foto: Clic RBS

 

Leandro Luz é formando em Jornalismo, colorado apaixonado, doente, louco, maluco, doidão pelo Inter. Escreve no Paixão Colorada.

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