Nome: Pablo Horacio Guiñazu.
Idade: 32 anos.
Cidade Natal: General Cabrera, Córdoba – Argentina.
Times: Newel’s Old Boys (ARG), Perugia (ITA), Independiente (ARG), FC Saturn (RUS), Libertad (PAR), Internacional (BRA).
Títulos mais importantes: Campeonato Argentino (2002), Copa Sulamericana (2009), Copa Libertadores (2010).
Função: esfregar na cara de cada companheiro negligente a doutrina comunista e a consciência coletiva que emanam de cada movimento seu. É protagonista de uma marcha hiperativa e frenética, cujo desfecho ocorre somente quando a bola é parada por motivo maior. Ganha milhares de reais de salário, usufrui de um padrão de vida muito alto se comparado com a grande maioria daqueles que torcem por ele nas arquibancadas, dirige automóveis opulentos, como qualquer outro jogador de seu nível, mas encarna – e isso o diferencia de todo e qualquer companheiro de profissão – a atitude que o torcedor teria caso vestisse a camisa de seu time, mastigando grama, movendo Montanhas, Alpes, Planaltos e outros exemplares da topografia mundial, fazendo de tudo para que seu time vença.
Estilo: Esquerda ortodoxa castelhana. Forjado na indignação e no ressentimento que povoa o coração de cada argentino, Guiñazu encontrou na posse da bola, ou na busca dessa posse para o seu time, uma obsessão inexorável. É tão refém da fidelidade ao escudo que defende que reconhece as limitações próprias, como o chute, e esquadrinha ao redor de si – quando da posse da bola – cada palmo de grama para certificar-se que não há um companheiro melhor colocado cujo chute seja mais eficiente.
Influências: Todo e qualquer volante argentino que elevou o passe a um patamar de importância próxima do gol, como Fernando Redondo; todo e qualquer volante argentino que possui mais de dois pulmões, como Diego Simeone. Além da estética inspirada em Travis Bikle.
Relevância: se Dinho fundou a necessidade de que cada volante conquiste a soberania bélica do campo, antes mesmo da técnica, Guiñazu aprimorou a doutrina, e espraiou a idéia para todas as áreas do gramado: seu trotar incansável obriga até o mais talentoso jogador a submeter-se a carrinhos eventuais – sob pena de, não fazendo, seu futebol lúdico de camisa 10 submergir ante a displicência censurada pela torcida.
Confira o primeiro perfil da série aqui.
Guilherme Lessa Bica