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Posts Tagged ‘Quartas de Final’

 

Pinochet: arauto da democracia sulamericana

Dois paraguaios. Um brasileiro. Um argentino. Um colombiano. Um mexicano. Um uruguaio. Um chileno. Não, caro leitor, não estamos contabilizando os integrantes de uma repentina guerrilha latinoamericana que resolveu retomar os ideais revolucionários de décadas passadas e ambiciona expurgar o imperialismo estadunidense de nosso pago. Não, caro leitor, tampouco contabilizamos chefes de estado latinos que escolheram  ignorar seus pares do Equador, da Venezuela, da Bolívia e daqueles outros terrenos que aprendemos por Guianas e Suriname no colégio e depois nunca mais ouvimos falar sobre, reunidos nalgum encontro diplomático para abordar fronteiras controversas ou acordos econômicos obscuros. Não, caro leitor, falamos de futebol. Falamos de La Copa. Falamos da quartas de final mais plural e insólita da Libertadores de América em muitos anos. E adiantamos, como bem o fazem os donos das penas mais corajosas, para quem torcemos, ainda que a razão reconheça quem deve classificar.

 

Universidad Católica x Peñarol

Partida talhada para que colorados e gremistas sentem-se lado a lado diante de um telão de bar, transfigurados em integrantes de algum culto diante de seu altar sagrado, compartilhem muitos copos de iguarias alcoólicas e aprendam, no sofrimento mútuo da eliminação, como se joga uma Libertadores; como não se pode prescindir de zagueiros confiáveis; como é importante um lateral que domine seu terreno de natureza periférica; como deve jogar um centroavante.

Pelo que se viu nas oitavas, o time chileno é melhor, tem nos argentinos Lucas Pratto e Cañete os fiadores de um inédito título, e deve derrotar a tradição tão maltratada e decadente do Peñarol, apesar de Martinuccio, apesar de Olivera. A classificação sobre o Inter já representou a confirmação de uma retomada do futebol uruguaio, ensaiada há alguns anos com o Nacional em semifinais de Libertadores recentes e, sobretudo, reafirmada com o quarto lugar na Copa do Mundo do ano passado.

Minha Torcida: Peñarol      

Minha Previsão

No Uruguai: Peñarol 2 x 1 Católica.

No Cilhe: Católica 2 x 0 Peñarol.

Católica classificada

 

Once Caldas x Santos

Muricylha é um aluno dedicado. Depois de colecionar cicatrizes profundas nas derrotas em Libertadores por São Caetano, São Paulo e, até algumas semanas, Fluminense, aprendeu que a retranca gera constrangimentos apenas para quem perde. A partida contra o América, no México, revelou o amadurecimento continental do treinador, cuja prudência necessária acumulou volantes e zagueiros em campo, para segurar o redentor zero a zero.

A ausência de Ganso é importante, mas ainda há Elano, ainda há Neymar, ainda há Jonanthan, ainda há Arouca. Rentería e Moreno são copeiros. Mas os outros Nove Caldas não os acompanham em futebol e mística.

Minha Torcida: Onde Caldas

Minha Previsão

Na Colômbia: Once Caldas 0 x 1 Santos

No Brasil: Santos 3 x 1 Once Caldas

Santos classificado

 

Vélez Sarsfield x Libertad

Único argentino a sobreviverem La Copa, o Vélez tem melhor time que o Libertad. Lidera o campeonato argentino, tem uma esquadra equilibrada e que joga junto há um bom tempo, além de valores individuais importantes como o diminuto e veloz camisa 10 Maximiliano Morález, o centroavante Santiago Silva e, sobretudo, o canhoto e longilíneo ponteiro Ricardo Alvarez.

Já o Libertad aposta na juventude de revelações paraguaias e na correria desacorçoada de Gamarra e Samúdio. Tem bom toque de bola, perdeu acidentalmente para o Fluminense no Brasil e comprovou sua superioridade com os3 a0 e a classificação no Defensores del Chaco. Contudo, ainda se ressente de tradição e da torcida pouco numerosa.

 Minha Torcida: Vélez Sarsfield

 Minha Previsão

Na Argentina: Vélez 3 x 0 Libertad

No Paraguai: Libertad 1 x 1 Vélez

Vélez classificado

 

Jaguares x Cerro Porteño

A presença do Jaguares nessa fase é fruto de um acidente. Mexicanos não deveriam jogar a Libertadores. A não ser que se filiem à Conmebol. Além disso, o Junior, de Barranquilha, implorou, rogou, rezou, fez promessas a deuses vários para alcançar a eliminação. Foi atendido. Os colombianos adoram contrariar a lógica, vide Once Caldas. Mas a reparação já está a caminho. O Jaguares enfrenta o melhor Cerro Porteño em muitos anos, com o goleador da competição, Nani, e uma das revelações do futebol argentino, um canhoto insinuante e pretensioso de nome Juan Manuel Iturbe.

Minha torcida: Cerro Porteño

Minha Previsão

No México: Jaguares 1 x 0 Cerro

No Paraguai: Cerro 2 x 0 Jaguares    

Cerro classificado  

 

Dia e horário das partidas de hoje e amanhã:

Dia          Hora                      Jogo
11/05   19h30min   Peñarol x Universidad Católica
11/05   21h50min   Once Caldas x Santos
12/05   20h15min   Vélez Sarsfied x Libertad
12/05   22h45min   Jaguares x Cerro Porteño

Guilherme Lessa Bica

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Sente o dedo e morde a fronha

Sente o dedo do técnico e, na falta da fronha, morde a camisa

 

Não bastasse a faixa estendida no lado oposto das câmeras de tevê e jogando para o mundo chagas irreversíveis de nosso passado sepultado a 95 palmos do chão, inclusive escrito nas cores do tricolor para outorgar sordidamente à própria torcida gremista sua autoria, corriam os 25 minutos do segundo tempo, o Inter virava sua partida num 3 a 1 ao natural e o próprio Grêmio cambaleava no potreiro que é o gramado do Olímpico deles e perdia por 1 a 0, trazendo a Porto Alegre aquele gosto amargo que acompanha os derrotados, sem exceções a resultados menores ou maiores, agravado pela iminente pausa de três semanas na Libertadores. Até que o dedo de Autuori tocou Tcheco e Fabio Santos de forma convincente. O capitão alçou a falta sofrida por Souza mais aberta que o normal, encontrando o lateral, contestado e goleador. O Grêmio empatava e, mais uma vez, contrariava a atuação medíocre com um resultado importante.

 

Jader Rocha mal terminara o gargarejo com Cepacol e afinara a voz para a transmissão da RBS, o cronômetro do árbitro cumpria recém seu segundo minuto, e o Caracas já maculava a meta de Victor. Uma falta cobrada da intermediária pelo zagueiro e monarca Rey e escorada pelo lateral Chichero para as redes. Aliás, não fosse Chichero, seria um dos outros quatro venezuelanos que saltavam solitos em nossa pequena área.

 

O 1 a 0 seguiu no ritmo pedregoso do gramado, a bola rolava tanto quanto num paralelepípedo de rua centenária. Tcheco e Souza dominavam com dificuldade e eram monitorados sabiamente pela marcação. Enquanto isso, Figueroa era o maestro (Cada um tem o maestro que merece) cansado, mas lúcido do Caracas. Organizou boa jogadas e fugiu com facilidade das armadilhas de Adílson. Numa delas, limpou Leo, adentrou a grande área e rolou para Chichero. O Lateral arrematou com força, mas Victor confirmou a falta que fará durante o exílio na reserva da seleção com uma daquelas defesas impossíveis.

 

No segundo tempo o gramado permaneceu como antagonista maior e apenas três lances merecem destaque. O primeiro, uma cobrança de falta similar a que Souza já fizera num Grenal, e, da mesma forma, a bola cumpriu seu trajeto acertando a trave e repelindo as redes. O segundo, o gol salvador de Fabio Santos. E o terceiro, a prova cabal da várzea, a cereja no bolo do amadorismo que assaltou a atmosfera na Venezuela ontem: o sistema de irrigação ligado logo após o gol gremista. Mais bizarro que isso, foi assistir ao Ruy aproveitando para banhar-se em campo, feito guri de filme americano esbaldando-se sob um hidrante aberto.

 

 

O jogo de volta acontece somente dia 17 de junho, tempo suficiente para Autuori acrescentar o restante de seus dedos no time e promover a entrada de Túlio no lugar de Leo, formatando a equipe no quatro quatro dois que lhe agrada.

 

Demais jogos da Libertadores:

Ontem

Cruzeiro 2 x 1 São Paulo

 

Hoje

Defensor x Estudiantes

Palmeiras x Nacional

 

Foto: Fabio Santos: Juan Carlos Hernandez, AP

 

Guilherme

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